Monday, December 31, 2012

Do ano que passou e das perspectivas para o que aí vem.

No primeiro dia deste ano escrevi isto. Decidi alterar completamente as minhas resoluções de ano novo, transformá-las em coisas que me fazem feliz em vez de coisas que fariam de mim alguém que não sou (pelo menos durante quinze dias). Não foi um ano fácil. (Re-)Aprendi que nem tudo é o que parece, e que às vezes por mais que nos esforcemos por algo, isso acaba por não se concretizarPerdi pessoas. Aprendi que não existem heróis. Mas apesar disso, teve muitas coisas boas. Continuei a ter pessoas importantes na minha vida. Aprendi que coisas que parecem muito más, por vezes até nem o são. Ganhei histórias no hospital que, por muito que me tenham custado na altura, um dia vão fazer de mim uma médica melhor. Fui ao meu primeiro congresso de Cirurgia. E claro, vivi durante cinco semanas a maior aventura da minha vida (até ao momento.) E adorei. Disse (muito) mais vezes 'gosto de ti' e dei muitos mais abraços, mesmo dos mais apertados. Sim, apesar de tudo aquilo que achei que ia ser mas não foi, acabei por ser um bocadinho feliz. Por isso, este ano volta a haver revolução nas resoluções de ano novo. Passa a ser só uma: começar a ver o lado positivo.





E a vós desejo um óptimo ano. Que o melhor de 2012 seja o pior de 2013. :)

Sunday, December 30, 2012

Há dias em que tudo aquilo em que consigo pensar é em quão feliz eu era há um ano.

Friday, December 28, 2012

Venho para esta biblioteca 'de vez em quando' desde o 12º ano. Aqui já estudei tudo o que podem imaginar: desde matemática, física e química a cirurgia, neurologia e oftalmologia, passando por anatomia, fisiologia, genética. Lembro-me de aqui entrar de Netter na mão e olhar para as pessoas a ler coisas de anos clínicos a pensar: 'esta gente sabe imenso de certeza!'. Agora sou eu. Vejo pessoas de Netter na mão a olhar para mim, enquanto estudo Obstetrícia. Provavelmente pensam o mesmo que eu pensava. Estão tão enganadinhos! E é nessa altura que uma miúda vem falar comigo. Uma daquelas amigas da minha irmã que eu mal conheço, mas que me vieram pedir conselhos na altura de escolher a faculdade para onde ir. E a primeira coisa que me diz é: 'Desculpa, não te reconheci logo! Estás mesmo com 'ar de médica'!'. E eu não sei o que é que isso significa*, mas dá-me vontade de sorrir.


*provavelmente está relacionado com as olheiras (de origem desconhecida, já que até ando a dormir umas horas razoáveis), as folhas sujas de café e o ar desesperado com que olho para o livro

Sunday, December 23, 2012

Planos para o dia: duas aulas de urologia + duas aulas de pediatria

Resumo do dia: 3 horas de compras com a mãe + 3 horas de cinema


Foi um dia mesmo produtivo -.-'

Wednesday, December 19, 2012

Correu bem. Esqueci-me exactamente aquilo que já sabia que me ia esquecer, mas já estou habituada a isso. Agora são dois dias de férias, canções e compras de Natal. E depois, casa!

Sunday, December 16, 2012

Hoje quando acordei apercebi-me que talvez me esteja a meter numa coisa maior do que aquilo com que consigo lidar. O tema da minha *nova* tese parece muito interessante, mas 1- envolve a zona anatómica de que eu menos gosto, 2- é algo sobre o qual eu nunca tinha ouvido falar 3- é com uma Professora que é um génio, 4- vai ser feita num semestre quase tão mau como este.


OH GOD, NO QUE ME FUI EU METER?!

Saturday, December 15, 2012

Friday, December 14, 2012

Falta uma semaninha para ir para casa. Já ouço música de Natal enquanto estudo, já tenho parte dos presentes comprados, jantares de Natal marcados, a árvore de Natal 'montada' e estou mortinha, mortinha por ficar de 'férias'. Agora é só despachar o banco de Ortopedia de amanhã, a histórica clínica de Obstetrícia na segunda, o exame de quarta-feira e a aula de ORL de sexta e toca a ir para casa, que esta altura pede lareira, que aqui não há.

Tuesday, December 11, 2012

Dos planos para o dia

A ideia era acordar cedinho, passar na padaria portuguesa a comprar um daqueles maravilhosos croissants com fiambre, alapar o rabo numa cadeira da Biblioteca de Letras e só sair de lá ao final do dia. Claro que assim que a companhia se cortou troquei Letras pelo Hospital, o estudo por uma aula, o croissant de fiambre por uma meia-de-leite morna e só agora alapei o rabo na cadeira para ver se começo a estudar. Faltam 8 dias e perdi os meus apontamentos de esófago ( O DRAMA!), de modo que está na hora de despachar isto de uma vez por todas.

Tuesday, December 4, 2012

Começa a contagem decrescente para o primeiro exame prático (e para a tão desejada ida para casa). Mudam-se as rotinas, os sítios de estudo, o horário de sono e a quantidade de café. Faz-se por se acabar com o mau humor e vai-se iniciando aos poucos o 'modo exames', que continuará com toda a força quando chegar a hora de ir para casa, na 'minha' biblioteca. Como nos bons velhos tempos.

Sunday, December 2, 2012

Às vezes tenho pena de (quase) só ter amigos de Lisboa, pessoas que vivem com os pais e irmãos e mantêm (quase) as mesmas rotinas que tinham quando andavam no secundário.
Há dias, depois de decidir que não ia a uma festa da faculdade (que implicava usar vestido de gala e saltos altos - que não são de todo as minhas coisas preferidas, muito menos quando ando cansada e com trezentas coisas para fazer - e à qual nenhum dos meus amigos ia), comentei com uma dessas amigas que um dia me ia arrepender. Saio pouco em Lisboa. Saio garantidamente muito menos do que o que saio quando vou a casa. Em casa é rara a noite em que não vou tomar café, nem que seja um café rápido, só para dizer 'Olá!'. Em Lisboa chegam a passar meses e na grande maioria das vezes em que vou (9 em cada 10, suponho), é com as mesmas pessoas com quem saio em casa. É engraçado como é possível isto acontecer durante anos seguidos sem uma pessoa se aperceber. E depois quando finalmente pensamos sobre o assunto reparamos que o tempo que passamos com os nossos melhores amigos são dentro das quatro paredes do hospital, que a meia dúzia de vezes que nos vemos fora destas (e que pouco passam da meia dúzia) é em coisas organizadas pela faculdade, e que há alturas em que nos sabia mesmo bem um cafezinho depois do jantar, e percebemos que talvez nos faltem uns quantos amigos na vida, daqueles a quem telefonamos às dez da noite a dizer: 'vamos tomar café?' e a resposta é quase sempre sim. Daqueles que tenho em casa e que, aparentemente, me fazem falta por cá.


(Ou eu mudei um bocado no último ano ou percebi finalmente muita coisa que me tem atormentado este tempo todo)