Monday, October 29, 2012

Os heróis que colocaste em pedestais caem aos trambolhões e rebolam agora na sarjeta. Subitamente não há pessoas perfeitas. Ali estão eles, caídos no chão, entre lágrimas e lama, as imperfeições à vista de quem quiser olhar. Apercebem-se também que não são perfeitos. Não o souberam antes, percebem-no agora, rebolando no chão e conspurcando tudo à sua volta. E a ti. Lágrimas e lama. A incerteza do amor incondicional abala os pilares pelos quais te reges e dá-te naúseas. O dever de amar e a incapacidade de compreender fervem dentro de ti e fazem com que, também tu, contribuas para a acumulação de lágrimas. E a vontade é a de gritar. Gritar aos teus heróis que agora rebolam na lama que são uma farsa. Que são tão ou mais imperfeitos do que tu. Mas não suportas ver-lhes as lágrimas a correr pela face ruborizada, ao perceberem que não são perfeitos. E só queres que isto acabe. As lágrimas. A lama.

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