Thursday, April 19, 2012

Hoje à tarde estava eu muito bem à porta do hospital, a combinar com algumas pessoas do meu quarto o que tenho de levar amanhã (mais sobre isso num post que vem já, já a seguir), quando chega uma carrinha da EMEL. Isto não é nada de novo, é certo e sabido que quem deixa o carro à portinha do hospital corre o risco de ficar com ele bloqueado. E na verdade não há muita gente a fazê-lo, normalmente só lá estão carros de um ou outro aluno que tem só de dar um saltinho ao hospital e vem já. Os senhores da EMEL pararam a carrinha, eu comentei que alguém ia ter uma surpresa desagradável mesmo antes das Olimpíadas, e continuámos a nossa conversa. Passados cinco minutos, começamos a reparar numa autêntica algazarra: tinha chegado a dona de um dos carros. Devia ter 60 e poucos anos e vinha acompanhada pela filha e genro, que assistiam impávidos e serenos à situação. A senhora berrava, insultava os senhores da EMEL, deu um encontrão a um deles e, quando dou conta... já ela está dentro da carrinha da EMEL a dizer que não sai enquanto não lhe desbloquearem o carro. Pedia que chamassem a polícia e a televisão, porque dali ela não saía. Enquanto um senhor da EMEL telefonava para a polícia (porque afinal de contas aquilo era desrespeito à autoridade! E porque eles tinham de fazer o seu trabalho - que não deve ser o mais agradável do mundo, mas é o que eles têm), o outro resolve entrar na carrinha, avisar que não está para aturar aquilo e que vai seguir com a senhora lá dentro e pronto. Por momentos achei mesmo que ele arrancasse e andasse meia dúzia de metros, mas a ameaça foi suficiente para a senhora abrir a porta, sair da carrinha e.... sentar-se à frente da carrinha agarrada ao pára-choques (a Jo tem uma foto disto. Se ela não estivesse a namorar já ma tinha mandado ou já a tinha posto no blog. Mas claro que ela acha que o namorado é mais importante do que pôr a foto no blog... que estupidez! de qualquer forma quando ela se dignar a isso eu deixo aqui o link). Nesta altura já se tinha juntado uma meia-dúzia de pessoas, que assistiam à cena de longe, e uma senhora que não tinha relação nenhuma com ninguém que estivesse envolvido que falava com os senhores da EMEL na tentativa de que eles desbloqueassem o carro. A senhora permaneceu sentada no chão uns minutos largos, e a filha lá decidiu finalmente conversar com um dos senhores da EMEL e pagar a multa. Desbloquearam o carro, tiraram a fita à volta e a filha entra no carro, chama a mãe e diz-lhe que não são modos de se comportar, a senhora levanta-se, diz meia dúzia de asneirolas para a filha, dirige-se à senhora que tinha estado a tentar que os senhores da EMEL desbloqueassem o carro, aponta-lhe o dedo e diz  "Oh minha velha, tu queres é homens! Estás aqui À volta deles, não é? Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii" e finalmente as palavras que hei-de recordar para sempre: "Hás-de ir para o Inferno e eu vou-te lá encontrar! Hás-de ter a rata a arder!". Virou costas e seguiu a pé,e  embora a filha ainda tenha chamado por ela, alguns segundos depois acabou por arrancar.

E agora eu pergunto: Este é ou não é um dos melhores insultos de sempre?


(E só agora é que eu relacionei o 'ter a rata a arder' com o 'esquentamento' que um doente há tempos me disse que tinha tido, e que eu vim a saber que era sinónimo de gonorreia. Será que a senhora estava a desejar de uma forma mais engraçada que a outra apanhasse gonorreia? Ah pois é!)


Adenda no dia 24/04: Finalmente a Jo já se deu ao trabalho de pôr a fotografia. Podem vê-la aqui.

1 comment:

  1. Que cena Inês, a que assististe. Não sei se é ou não o melhor insulto de sempre mas sei que foi bem forte. O que eu não percebo é porque é que ela (pessoa do carro bloqueado)insultou a outra senhora, visto que ela parece que esta a tentar que os policias desbloqueassem o carro.

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