Quem me conhece sabe que sou uma pessoa teimosa. Uma pessoa teimosa e que gosta, efectivamente, de ter sempre razão. (Mas sejamos honestos, quem não gosta?) No entanto, sei admitir quando as outras pessoas têm razão, e acho que esta é uma dessas alturas.

Comecei o meu primeiro blog quando tinha 13 ou 14 anos e era um desses blogs ridículos cor-de-rosa cheio de imagens a piscar e com brilhantes (Sim, eu tive uma fase de cor-de-rosa e imagens a piscar. Mas foi curta. E há poucas provas disso.) Depois disso estive uma fase sem blog até que, com 15 anos, criei o dreaming in sepia. Este foi o meu primeiro blog a sério e durou 2 anos. Quando o leio (e às vezes ainda o faço) consigo ver que a minha adolescência está aí muito bem resumida. Acabei-o no início do 1º por falta de tempo. Depois estive um ano e tal sem blog e, no final do 1º ano da faculdade, criei o "I am happy" - she said. Aguentei-o durante 7 meses e há cerca de um ano parei de escrever nele, por motivos pessoais. Esses motivos deixaram de ter sentido quando, em Agosto, percebi que estava longe de ser quem queria ser, e nessa altura criei este No, it didn't happen.

Todos os meus blogs falam sobre mim. Todos os meus blogs revelam, de uma forma mais ou menos directa, coisas pessoais. E em todos os blogs eu me queixo ou agradeço o que quer que seja que estou a viver nesse momento. Isso faz de mim uma pita de quinze anos? A verdade é que talvez até faça. Mas acima de tudo, isso faz de mim alguém que eu não quero ser: uma pessoa egocêntrica que escreve sobre as coisas em vez de falar sobre elas.

Por esta razão, este é o último post deste blog. A todos os que o liam, muito obrigada.

'

Porque eu não acho que tenho a certeza acerca de tudo

vou ali pensar no que é que quero exactamente com este blog e no que é que isto faz de mim.


Volto já.

Maquilhagem

Todos os dias antes de sair de casa, na altura de me maquilhar, faço a mim própria quatro perguntas:

1. Tenho tempo?
2. Tenho paciência?
3. Há alguma razão em especial?
4. Qual é a probabilidade de o dia ser tão mau que eu vá borratar a maquilhagem toda?

Hoje não me parece que me vá dar ao trabalho.

A todos aqueles

que, voluntaria ou involuntariamente, fizeram o dia de hoje, e todos os dias em geral, um bocadinho menos mau, o meu muito obrigada. Estão aqui <3 (bem aconchegadinhos no meu apêndice auricular esquerdo)


Aproveito também para agradecer ao Bóguinhas da Joana. Que estejas sempre lá para nós e que as tuas "paredes" nunca falem.

Natal #4

Olá, Dezembro! 

Vê lá se não corres porque este ano quero aproveitar cada segundinho desta época!

(Já resolvi uma das prendas que ia ser complicada e estou agora mesmo a tratar de outra que requer um bocadinho de imaginação. O dia foi, sem dúvida, produtivo)

Isto tem de acabar.

RAPIDAMENTE.

Contra todas as minhas expectativas abriu uma vaga para a Universidade em que eu quero fazer Erasmus! Sim, é só uma. Sim, a probabilidade de entrar é baixa. Mas existe!

*happy dance*

Natal #3

Diz-se ali no Às nove no meu blog que Lisboa está linda. Estou mortinha, mortinha por ir passear à baixa para ir ver. Estou só à espera de arranjar companhia.

E ao que parece há por lá um carrossel francês. Vocês não têm noção de quanto eu gosto de carrosséis franceses...

Mudanças

Na semana passada quis fazer um corte radical no cabelo mas a minha cabeleireira não deixou. Depois pensei em fazer um segundo furo na orelha direita, mas rapidamente desisti da ideia porque acho que em situações mais formais fica horrível ver um furo sem brinco ao lado de um brinco lindo. De há uns dias para cá ando a matutar na ideia de uma tatuagem. Adorei esses pássaros e não me importava de ter um na fossa ilíaca direita. A tatuagem é amorosa, é num sítio que não é muito visível (posso até ponderar fazer num sítio que fique tapado pela parte lateral do bikini), por isso não me parece que com 6o anos me vá importar. Ai, ai, se eu tivesse coragem...

Isto tudo porque em alturas de grandes mudanças na minha vida, faço também grandes mudanças em mim. E ainda não decidi qual vai ser desta vez.

Má-disposição

É incrível como a má-disposição de uma pessoa consegue estragar o dia a tantas outras.

3º Post do dia

E o 3º post do dia vai ser um sugerido pela JS.

Fotos da Ana Malhoa completamente nua!

(Querem apostar como o número de visitas ao meu blog aumenta?)

6 billion people

Às vezes dói.

"You will only be hurt a finite number of times during your life. You have an infinite number of ways to deal with it."

I Wrote This For You


Às vezes dói. Sejamos francos, às vezes dói com'ó caraças! Mas passa. Passa sempre <3

Natal #2

Entrei hoje oficialmente no espírito. Peguei na lista que passei a trazer na agenda e no ipod recheadinho de músicas da época (maioritariamente Diana Krall, Tony Bennett e Frank Sinatra) e fui fazer umas compras. A lista vai mais ou menos a um terço, e até agora só me arrependi de uma compra que fiz na sexta. O resto parece perfeito! (Vantagens de se começar com não-sei-quanto tempo de antecedência) Estou TÃO entusiasmada com uma das prendas que parece que é para mim. A sério, é a ideia perfeita e, apesar de sair um bocadinho mais cara do que o que eu inicialmente tinha previsto, vai valer a pena. 

E é nesta altura que vocês começam a dizer: blá, blá, blá, o Natal é um golpe comercial, blá, blá, blá, gasta-se mais do que o que devia, blá, blá, blá, o espírito já se foi há muitos anos, blá, blá. Pois deixem-me dizer que enquanto a minha família se continuar a reunir toda, a paterna na consoada e a materna no dia de Natal, vou defender o Natal com unhas e dentes. Enquanto tiver a oportunidade de ver uns olhinhos a brilhar de cada vez que se fala no Natal, enquanto me vier água à boca de cada vez que penso na roupa velha do dia de Natal e enquanto tiver vontade de sorrir só porque já estamos quase, quase lá, vou continuar a cantar canções de Natal feita parva, vou continuar a enviar postais e a ajudar a minha mãe na Consoada. É Natal e basta!

Expectations vs. Reality

A Joana Santos é a maior! :)

http://viagensporsentimentos.blogspot.com/2010/11/friends-zone.html

Sou "uma amiga fantástica"

yay!

Há dias e dias!

Há dias que começam da melhor forma possível e imaginária, que prometem ser memoráveis de tão óptimos que vão ser, e que acabam por ser um desastre.

E depois há dias como o de hoje: imagiologia às oito da manhã, o que só por si é já um desastre!, aula de aparelho genito-urinário, Pior um pouco!, em que para além de marcar a nossa presença temos de marcar a de mais três colegas (nada que não seja normal). Bom começo, portanto. Se juntarmos a isto uma maravilhosa discussão sobre a definição de felicidade (ah, o que eu adoro as minha discussões com o TD, grande defensor da religião, da igreja e sei lá eu mais do quê), temos o quadro pintado: o dia prometia.
Eu podia continuar a escrever um textozito todo muito bem encadeado, cheio de recursos linguísticos, que mostrasse que mereci efectivamente a nota que tive a Português no secundário, a explicar o que fez o dia mudar completamente. No entanto já estou no computador há quase vinte minutos e o limite diário é de meia hora (para além de que não estou com a mínima paciência), por isso aqui vai:

1- O professor de imagio tem a voz igualzinha à do José Diogo Quintela

2- O mesmo professor chamou 'bolinhas' a adenopatias (o que com a voz do JDQ suou bastante engraçado)

3- Na aula dada por esse mesmo professor a minha turma estava com tanta atenção que quando o professor disse para fazermos um intervalo de cinco minutos, ninguém se mexeu (ninguém mesmo!)

4- A professora de epidemiologia das teóricas (sim, eu fui a uma teórica de epidemiologia!), querendo desligar uma das luzes do anfiteatro, carregou no interruptor errado e ligou outra luz, que desligou de seguida. Olha para o interruptor com um ar de fé e diz 'Talvez se eu insistir...' e carrega no mesmo interruptor. Adivinhem: a luz não se apagou. (Estive para lhe explicar que há interruptores diferentes para diferentes lâmpadas, mas achei que não valia a pena sobrecarregar o seu cérebro pequenino. Afinal, é de epidemiologia.)

5- Tive uma aula de Fisiopatologia sobre agentes físicos em que se ouvia quer o professor, quer o funcionário do anfiteatro que andava a passear pelo piso com o microfone ligado

6- Na aula de farmacologia sobre anticoagulantes o professor falou sobre a varfarina. A dada altura realçou a importância de se fazer um controlo semanal do INR. Olhei para a JS e disse que achava que no meu centro de saúde o controlo era feito de 28 em 28 dias.  Ela olha para mim muito séria e diz: 'Não, isso é o período!'

7- Passei grande parte do dia a jogar matrecos e ganhei grande parte dos jogos, especialmente aqueles que joguei com o MM. Pelos vistos o jogo psicológico resulta

8- E basicamente foi isso, mas não gosto de acabar listas com números ímpares.



Edit: Depois de escrever isto fui fazer a visitinha aos blogs do costume e pus aqui um link para um post de um desses blogs. Mas algumas coisas mudaram e isso podia ser mal interpretado, pois isso partilho de uma próxima.

Edit2: Ao que parece a JS não sabe que as coisas realmente importantes ficam guardadas no nosso coração e não precisam de ser referidas no blog (estou tão inspirada!). Por isso, sim, JS, não referi as lágrimas do almoço porque estão, tal como a sua causa, para sempre guardadas no meu coração.

(Agora deixa-te de tretas que sabes bem que é chato dizer aqui que te descasquei a pêra e te parti o pau, okay?)

Vícios e manias #1

Quando estou chateada acabo as mensagens que envio quer por telemóvel quer por computador com ponto-final.

Hoje o dia andou à base de cabelos,

desde o comentário matinal do H - "Tu também cortaste o cabelo?" (vou optar por censurar o resto da conversa, só para o caso de estarem menores a ler isto) -, até ao comentário dum miúdo do Hospital dos Pequeninos, passando pela altura em que fui trocada por uma ida ao cabeleireiro e pelo momento em que me disseram que o cabelo deve ser cortado em dias de lua-cheia. Dia fascinante, hein?

Hospital dos Pequeninos

R: Tens o cabelo gande! A 'inha mãe tabém tem o cabelo gande como tu!

I: A sério? Que giro! Olha, agora vamos pôr uma máscara ao Golfinho que dá um ar mágico e ele vai adormecer. Assim já podemos fazer a operação para deixar de doer a barriga ao teu amiguinho.

R: 'Tá bem!

I: Ajudas-me aqui a pôr a máscara, R.?

R: 'Tá bem!

(a operação decorre como planeado)

I: Pronto, já está! Agora vamos pôr aqui um carimbo e vais passar com o Golfinho para a sala de tratamentos, está bem? Mas antes vou-te ajudar a tirar a bata!

R: 'Tá bem! Olha, góto do teu cabelo.

I: Ah, obrigada!

R: Mas góto mais do cabelo da mamã!

É por estas e por outras como estas que eu adoro o Hospital dos Pequeninos :)

Estou quase, quase a dar início à época pré-estudo para os exames. O facebook já foi à vida, o tempo na internet (que é como quem diz: blogs, tumblrs, wehearit, 9gag, ...) já está psicologicamente limitado a meia hora por dia e estou já à procura do melhor método para dar cabo da bactéria da preguicite aguda (aka staphylococcus preguicitis). Agora só falta mesmo preparar a cabeça para o que aí vem e relembrar a mim mesma que não preciso de ser ermita, e que há sempre tempo para um café ou um passeio pela baixa. Não te deixes levar pelos extremos, Inês Francisca!

No plano estavam quatro dias de estudo. A realidade? Cortei o cabelo e agora está pura e simplesmente horrível, comi chocolates e porcarias como se o mundo fosse acabar, tomei café com um amigo e deixei uma ideia que não é de todo correcta, comprei prendas de Natal à pressa sem sequer saber se se adequam ou não às pessoas, dormi mais do que o que devia e desenvolvi um enorme sentimento de culpa. Isto podia ter servido para relaxar e perceber qual é afinal o meu objectivo, mas sabem que mais? Não serviu. Foram quatro dias totalmente desperdiçados. E agora queria poder voltar atrás e passá-los a estudar, e decidir que não quero mais nada para além do estudo. Mas não posso. BAH!

Revelação de dados CHOCANTES!

Da próxima vez que me quiserem chamar crominha/ rato de biblioteca/ marrona/..., pensem duas vezes ;)

That's pretty much it.

A pergunta que eu faço é:

MAS ANDA TODA A GENTE TOLA?!

Plano B*

Tem-se falado muito de futuro: da família, do emprego, do país, ... . Numa dessas conversas disse à JS, em tom de brincadeira, que se chegasse ao fim do Ano Comum solteira, ia para Medicina Interna. Ela ia-me matando. Mas pensando bem, até nem é muito mal pensado: sim, trabalha-se que nem um escravo, não se recebe muito bem e não se tem vida própria, mas ao menos não se tem tempo para  se aperceber que está se sozinho, chega-se a casa e a única coisa que se quer é dormir. Até já treinei a resposta à pergunta que, com certeza, vou ouvir muitas vezes (Então, mas estás solteira porquê?): "Estava demasiado ocupada a salvar os maridos e as mulheres das outras pessoas para conseguir arranjar um para mim". Soa bem, não soa? E ninguém precisa de saber que não é verdade.

*O Plano A inclui ir para uma especialidade toda XPTO mas que permita ter vida social e constituir uma família com 4 filhos e um cão. Yup, sou de extremos.

Postcrossing (I)

Increvi-me finalmente aqui e já pedi endereços para cinco postais. Vão para a Finlândia, Noruega, Alemanha, Holanda e Japão. Agora só falta comprar os postais, decidir em que língua os vou escrever (sim, porque 3 das pessoas falam sueco e pensei tentar 2 ou 3 linhas para ver se me percebem... ), colar o selo e enviar :)

Precisava de alguma coisa para marcar positivamente o dia de hoje...

Dilemas de Fim-de-Semana

Quando fico em Lisboa ao fim-de-semana a dúvida é sempre a mesma: fico a estudar em casa ou vou estudar para a faculdade? Por norma ao fim de algum tempo de dilema acabo por me vestir e apanhar o metro. Não hoje. Hoje vou ficar em casa, de pijaminha vestido, sentadinha no sofá, debaixo de uma mantinha (pelo conforto, não pelo frio), a alternar entre o computador e o livro de farmacologia. Só para não me sentir a nerd que alguns julgam que sou.


(E lá para as 5 e meia vou ao Starbucks com companhia ainda indeterminada. Alguém quer vir?)

Sapos

Há já algum tempo que ando a engolir sapos. Mas podes ter a certeza que eles se andam a reproduzir no meu estômago e há-de chegar uma altura em que me farto e os vomito a todos. Nessa altura não me responsabilizo, mas há-de parecer a porra de uma das dez pragas do Egipto.

Há dois anos perguntava-me se algum dia tudo isto ia valer a pena. Hoje tento acalmar um amigo que faz exactamente a mesma pergunta. Vale a pena o esforço. Vale a pena passar noites quase sem ver a cama, horas seguidas em frente aos livros, dias inteiros sem falar com os amigos do antes. Vale tudo a pena. Hoje sou feliz. E sei que já faltou mais para ser mais feliz do que o que algum dia fui.

O meu fim-de-semana de sonho

consiste em manter o meu pijaminha vestido o dia todo e alapar-me ao sofá com uma manta, a ver filmes non-stop. 

(Claro que se fosse assim seria melhor, mas não se pode ter tudo...)

Sou uma pessoa horrível,

tão cheia de sono e tão cansada que me esqueci do aniversário de uma das minhas melhores amigas (daquelas que eu sei que são para sempre). A verdade é que me lembrei no início da semana, pensei nisso na quarta-feira, e hoje esqueci-me. Andei o dia todo de mau humor e talvez isso tenha sido o meu subconsciente a fazer-me pagar pelo esquecimento. (Digam agora que ele não tem peso nenhum, digam.) Bah, sinto-me mesmo mal.

É meia-noite menos vinte

e eu estou de mau humor e com imenso sono. Vou ver se durmo para amanhã não estar insuportável, mas não prometo nada...

Sabem o que é engraçado?

É que quando digo que a vida é linda, não uso tom irónico, é mesmo o que sinto.

"Cada vez mais estou convencido de que os amores só servem para destruir amizades".

Tenho uma vontade incrível de me rir. Enquanto leio isto tenho uma das pessoas em quem mais confio, um dos meus melhores amigos que é também um dos meus antigos amores, ao meu lado. Nada foi destruído. Por isso não me venham com tretas, que quando queremos que as coisas se resolvam, elas resolvem-se, okay? E isto de sofrer por antecipação não fica bem a ninguém, sim? Então pronto, deixa as coisas andarem com calma.

Sometimes I feel like I'm riding a never ending roller coaster.

(and sometimes it feels good.)

Noite da Medicina

Dizer que adorei é pouco. Foi pura e simplesmente lindo, e fez-me sentir orgulhosa de pertencer a esta Faculdade, que por muitos defeitos que tenha, é a minha. 

Estou apaixonada!

A acupunctura ontem veio confirmar aquilo que eu já sabia desde segunda-feira. Estou completamente apaixonada. Ele é fabuloso. Está sempre disponível para mim, consegue estar a ouvir-me durante horas, não se importa que eu esteja com os meus amigos, não é ciumento... Bem, do melhor. Ainda para mais é pura e simplesmente lindo! Ou não é?

                                                        

Para além do mais dá para 2 cartões e o espaço (quando escrevo mensagens, etc.) é no 0. O que é que eu posso querer mais? :)

Traje ou não traje, eis a questão!

Esta é a questão que me tem ocupado as últimas horas. E está difícil!

Já vos disse que num sorteio me calhou um cacifo no andar que eu queria? Não? Mas saiu e isso vai-me poupar muitas subidas a andares a que eu nem sequer preciso de ir :)

Já vos disse que há coisas que me chateiam em ter amigos da cidade em que estudo? Não? Mas há. Por exemplo, não poder combinar nada para o domingo por acharmos que é dia de família. Pode até nem ser, mas nem nos damos ao trabalho de perguntar, sabem? Até me pode apetecer imenso ir tomar café logo, logo depois de uma viagem de 2 horas de comboio, mas adivinhem lá... Exacto, chego quase às onze horas e isso não é hora de pessoas que vivem com os papás saírem de casa. E depois ainda me perguntam porque é que eu digo que nunca vou namorar com ninguém de Lisboa.

E agora vão ali à JS agradecer, porque ela deu-me uma ideia brilhante.

'Hoje vou ser feliz'

Apesar de estar à frente do nariz de toda a gente, a grande maioria dos meus amigos não sabe que tenho um blog, o que me dá muito mais liberdade naquilo que escrevo. Não quer isto dizer que se mais pessoas soubessem da existência do blog os posts seriam diferentes, até porque eu tenho com as pessoas em geral a mesma postura que tenho com os meus pais (e que algumas pessoas não compreendem) que é 'Não minto, quando perguntam respondo, mas unicamente àquilo que me é perguntado'. É uma óptima postura: sou honesta e os limites do que as pessoas sabem sobre mim é imposto por elas próprias, o que é bom se pensarmos que há coisas que as pessoas (inclusivé os meus pais) preferem não saber. Mas tudo isto para dizer que há dois ou três dias o assunto blog apareceu numa conversa e um amigo pediu-me o endereço (que eu não dei, mas que sei à partida que se ele quiser arranja - basta ir ao facebook). Automaticamente pus-me a pensar se haveria alguma coisa no blog que eu me importasse que ele lesse, até porque não o conheço assim há tanto tempo e por razões que não compreendo muito bem a opinião dele é importante. Resolvi dar uma vista de olhos ao que escrevi nos últimos dois meses e pouco e apercebi-me de algo fabuloso: a grande maioria das vezes escrevo sobre algo bom. E o engraçado é que, mesmo só com dois meses e meio de blog, tenho mais posts que me fazem sorrir aqui do que em sete meses do "I'm happy" - she said e em dois anos do dreaming in sepia. E isso também me faz sorrir. Ao que parece, acordar de manhã cedo e dizer 'Hoje vou ser feliz' resulta. Porque a verdade é que se quisermos ser felizes, somos.

Acho que alguns dos meus amigos acham que estou a ficar maluca, que ando uma baldas e sei lá eu o quê mais. A verdade é que me sinto bem. Sinto-me tal e qual como me sentia no 12º ano, capaz de fazer tudo e ser feliz enquanto o faço. Tenho a faculdade, as melhorias, o sueco, o ginásio, a família, os amigos, as séries, as conversas de rir até não poder mais e muitas, muitas mais coisas. E sei que consigo conciliar tudo. Este Verão percebi que não sou um rato de biblioteca. Que as coisas não correm bem quando só me dedico ao estudo porque não sou feliz, e quando não sou feliz bem posso marrar que não fixo nada. Por isso este ano está a ser diferente. Estou a dedicar mais tempo às coisas que me fazem feliz. Estou a conversar, estou a ler, estou a mandar gargalhadas que quase furam tímpanos e quase fazem a minha bexiga esvaziar-se automaticamente, estou a aprender a jogar matrecos, e estou a estudar qb. Mas sei que é o quanto basta. E sei que se não andasse a fazer isto tudo até podia estar a estudar o triplo mas provavelmente estava a ficar metade. Porque agora estou feliz e capaz de lidar e enfrentar as adversidades da vida (que continuam a surgir, não se deixem enganar).
E agora vou estudar um bocado para depois mostrar com toda a minha garganta e os meus pulmões que sou estudante da Faculdade de Medicina de Lisboa e que tenho grande orgulho nisso. Porque tenho. E porque também isso me faz feliz.

"Não faças hoje o que podes deixar para amanhã"

Será que era assim a frase?...

L'esprit de l'escalier

O sentimento com que se fica depois de se acabar uma conversa, quando se pensa em todas as coisas que deviam ter sido ditas.

Sobre a velhice

Diz a JS no seu cantinho que está a ficar velha e com rugas. Por cá as rugas ainda não se manifestaram, mas o cabelo cai-me que nem folhas de Outono numa enorme tempestade. Vamos lá ver se o tratamento faz alguma coisa. Se até às férias de Natal isto não melhorar podem ter a certeza que na passagem de ano o meu cabelo volta aos 2 cm.

Conversas no Metro

Às vezes quando vou sozinha no metro ouço a conversa das pessoas que vão ao meu lado. Hoje eram duas raparigas, de 16 ou 17 anos, que se queixavam do facto de estarem sozinhas. A dada altura uma delas diz: 'Eu não peço muito. Eu só queria um Seth Cohen ou um Luke ou um Ted' e a outra responde 'Ou um Ross ou um McDreamy ou um Dan*. É pedir muito?'. Estive vai não vai para dizer 'O problema da nossa geração é que criou grandes expectativas para os homens por causa das séries', mas não disse. Deixai-as sonhar mais um pouco :b


*- Não faço ideia quem é este Dan. Mas ela referiu-o...

É incrível como meia dúzia de minutos podem alterar a ideia que algumas pessoas têm de nós.

Natal I

Faltam 70 dias para o Natal. SETENTA! O Gato Preto e a Zara Home já começaram a receber coisas e a minha amiga AG (que só por acaso arranjou namorado) diz que este ano vai haver mais espírito do que nunca. (Acho que é do namorado :b) Que haja. Mas com dois meses e meio de antecedência? Tenham dó! 

Os dias andam a ser óptimos há muito tempo. Algo de estranho se passa.

Querido Deus ou qualquer outra Entidade Superior que possa existir:

Se é esta a Tua jogada para me converteres à religião, estás no bom caminho. 

Inês.

Mensagens de boa noite

*olha para o horário* PÂNICO!!!

IL: Amanhã há aulas às oito?!

ID: Sim, temos imagiologia às oito!

PS: Sim, ainda estou a decidir se vou. mas porquê? ainda estás a tempo de ir para a cama!

IL: Bolas! Já tinha planeado imensa coisa para essas duas horas!

MM: (...) tenho de dormir! Desejo-te uma boa noite (...)

IL: também vou dormir, descobri agora que tenho aula às 8 :X

IL: Acordada?

JS: Sim...

IL: AMANHÃ HÁ IMAGIOLOGIA ÀS OITO!!!

JS: Eu sei! Já te tinha tentado ligar para o 91 para avisar!

IL: Bolas! Vou dormir! 

Não sei o que é pior: descobrir que tenho aulas às oito da manhã à meia-noite do dia anterior, entrar em pânico por causa disso ou ainda vir ao blog escrever antes de ir dormir.

ACABEEEEEI!

Os trabalhos de Medicina Nuclear e Medicina do Exercício Físico já estão prontos, à espera de ser impressos e entregues aos respectivos institutos. Toma lá!


E agora vou voltar às minhas férias.

Já chegou aquela altura do ano em que um casaco mais quente e uma caneca de café com leite me faz sentir a pessoa mais feliz do mundo.

Acerca das minhas actuais férias

Nos últimos dois ou três dias meia dúzia de amigos meus disseram-me que já estava na altura de parar de dizer que estou de férias, mas eu recuso-me.

Vou passar a manhã de amanhã na biblioteca duma Universidade que não é minha a fazer não um, mas dois trabalhos. Mas sim, continuo de férias. 

Está a chover torrencialmente.

Cheguei a casa com o meu vestido pseudo-formal café com leite completamente encharcado. E com um sorriso na cara. Por tudo. Adorei o dia. Adorei a semana. Adoro. E hoje acordei às 6 e meia da manhã e fiquei dez minutos a olhar lá para fora. E cheira-me que amanhã vou fazer o mesmo. Pura e simplesmente porque gosto e porque me faz feliz. Não, não arranjei nenhum namorado. Não, não passei a nenhum exame que estava complicado. Não, não aconteceu nada de muito extraordinário. Acho apenas que aprendi finalmente a viver a vida.

Sei que nada disto faz sentido, mas sabem duma coisa? Não tem de fazer.

Não sabia que era possível

(tirada daqui)

acumular tanta tralha em dois anos. O quarto novo já tem tudo o que é necessário (menos uma mesa de cabeceira e candeeiros) e ainda aqui tenho um saco para despejar e um montão de coisas no quarto antigo. Fosse eu inteligente e deitava metade fora e arrumava a outra metade de qualquer maneira. Mas não! Ando com a mania que quero ser organizada e então demoro horas a arrumar meia dúzia de coisas. Mas no fim vou ficar contente por o ter feito. Até porque olho à volta e já me sinto em casa.

E tudo o que eu posso dizer é

haja paciência!

Nabice ou honestidade pura?

Na semana passada, no dia em que fui à Praxe, não via um caloiro que me tinha dito que lá ia estar. Peguei no telemóvel e mandei-lhe uma mensagem a perguntar o que se tinha passado. 'Adormeci'. Ri-me e fiquei à espera que o caloiro chegasse para ver qual era a desculpa que ele ia dar. Demorou quase 20 minutos e quando chegou dirigiu-se à Doutora com mais matrículas, apresentou-se como deve ser e pediu desculpa pelo atraso. Claro que lhe foi perguntado o porquê do atraso. Respondeu o mesmo que me tinha respondido. Nessa altura afastei-me, mas sei que provavelmente reclamaram um bocado com ele, nada de muito especial. Quando, já depois da Praxe, passei por ele, estivemos um bocado na conversa e aproveitei para lhe perguntar porque não tinha inventado uma desculpa qualquer. 'Prefiro pagar por uma verdade do que ser poupado por uma mentira' (Talvez não tenha sido exactamente isto, mas o significado era. Caloiros têm meio neurónio, não dá para algo tão profundo)

Hoje à entrada na Faculdade vejo um dos caloiros que tinha praxado na semana passada a vir na minha direcção. Cumprimentei-o, perguntei como estavam a correr as coisas e como estavam as formigas. As formigas são, literalmente, formigas e fazem parte de uma história longa que posso resumir em meia dúzia de frases: Na primeira semana de Praxe, por uma razão qualquer, fiquei uma tarde inteira com este caloiro. Ensinei-lhe músicas, fez uns quantos jogos com outros caloiros, foi engraçado. Quando nos juntámos ao grupo, por alguma razão, alguém lhe perguntou o meu nome e ele não sabia; teve de sofrer. Entre outras coisas, andou a apanhar formigas para uma garrafa de água, formigas essas que tinham de sobreviver até dia 27. Morreram passados poucos dias. Disse então ao caloiro que até 6a tinha de apanhar de novo e que depois as queria ver. E lá estava ele hoje. Estava a dizer que estava a ficar muito fixe e bla bla bla whiskas saquetas quando eu lhe perguntei quando as tinha ido apanhar. 'Foi no sábado. Eu sei que devia ter ido até sexta, mas...' Não consegui não me rir.

E ainda não consegui perceber se é burrice deles ou se é mesmo honestidade pura.

Já tinha saudades

de tudo. Do café pingado pedido na D. Vanessa, sempre acompanhado de uma piadinha qualquer, das conversas antes de entrar nas aulas, dos 'Olá-tudo-bem-?' atirados a uns e a outros nos corredores do hospital, das filas intermináveis da cantina e de tantas outras coisas.
Não tinha saudades de chegar a uma aula e não perceber nada, mas é para ver se aprendo a escolher optativas de jeito.

Conselho de amiga:

quando houver uma festa qualquer no ISCTE e vocês tiverem imensa vontade de fazer xixi* façam uma de duas coisas:
1- Aguentem até a vossa bexiga rebentar
2- Peguem numa garrafinha de água e encham-na


Nunca, mas NUNCA, entrem numa casa-de-banho. Depois não digam que eu não vos avisei.

* - gozem lá comigo por eu dizer fazer xixi. Desculpem se não gosto da palavra mijar e se não tenho o hábito de dizer urinar no meu dia-a-dia.

Cromices e Gerações

Imaginem a seguinte situação: A Inês sai de casa trajada às nove da manhã. No dia anterior tinha estado seis horas no Ikea, mais umas quantas a arrumar as coisas que comprou no Ikea, tinha tido 2 horas de sueco e nessa noite não tinha dormido grande coisa. A Inês chega à Faculdade pouco antes das dez e vai encomendar as desgravadas de todas as disciplinas do semestre (e paga por elas quase 70 euros, mas isso é outro assunto) . A praxe começa às dez e pouco. Com alguns percalços pelo meio, que não matam mas moem, duas vitórias em duas desgarradas, uma com Psicologia e outra com Biomédica, e depois de recusar eu sei lá quantos finos (porque não gosta de cerveja e se não gosta, não bebe), decide abandonar a praxe e ir buscar as desgravadas. Vai para a aula de sueco cansada e preocupada com alguns acontecimentos do dia e sai estourada. Cá fora espera por um telefonema que tarda em chegar e que quando chega não podia vir na pior altura. Então vê um caloiro que lhe pergunta "Então, Inês, vamos para o Arraial da FCUL?".

1- Quão croma é a Inês por ir buscar apontamentos antes das aulas começarem e quase meio ano antes dos exames?
2- Quão croma é a Inês por não ter ido ao Arraial da FCUL?
3- Quão croma se sente a Inês quando percebe que o caloiro pode estar a perguntar a si mesmo as duas perguntas anteriores?

Não fosse os caloiros só terem um neurónio e eu estaria preocupada.



Sem relação nenhuma com o acontecimento anterior faço a seguinte pergunta:

O que raio é que aconteceu à geração de 90?

Felicidade é

um fim-de-semana inteirinho de chinelos depois de uma semana de sapatos de traje.

Rotina dos últimos cinco dias:

Acordar às oito e meia, arranjar-me e apanhar o metro.
Praxar das dez da manhã às sete da tarde.
Aula de sueco das oito às dez da noite.
Apanhar o metro e ir buscar o jantar a qualquer lado.
Comer e ir para a cama.

____________________________________________

Resumo dos últimos cinco dias:
Estou a ADORAR as Praxes. Estou a ADORAR o sueco. Estou quase a ficar sem pés.

Jag studerar svenska.

A resposta correcta era a f) Nenhuma das anteriores. Não havia essa hipótese, não? E desde quando é que isso é um impeditivo? Não devem ser da FML!


(A JS é um ovo podre! Tenho dito)

Quiz I

Vou-vos colocar uma das perguntas que mais me tem sido dirigida nas últimas semanas e vocês vão tentar responder, okay?

Mas porque raio é que queres aprender sueco?
a) Porque nunca se sabe o que o futuro nos reserva e sei lá se na altura da 3ª Guerra Mundial não vou ter de ir viver para a Suécia
b) Porque os suecos são altos, loiros e têm os olhos claros e eu quero que os meus filhos também sejam assim
c) Porque quero desistir do curso e ir viver para a Suécia e trabalhar na Ikea
d) Porque quero perceber o que o bicho papão que vive debaixo da minha cama diz e ele fala sueco (ou isso ou italiano.... err... talvez russo. Às tantas não fala, grunhe.)
e) Mas o que é que tu tens a ver com isso?!


A primeira pessoa a acertar ganha um café.

(Quem errar é um ovo podre!)

Quarto Novo - Parte I

Depois de estar um ano inteirinho a dividir um T2 com o meu irmão que acabou por ir fazer Erasmus e quase não pôr os pés em casa, vou voltar a ter companhia. Para além de ele regressar, a minha irmã vai também morar connosco, prontinha para começar a vida universitária. Como na casa antiga teríamos de dividir um quarto, acabámos por mudar para outro apartamento, um T4 no prédio ao lado. Muitas pessoas chatear-se-iam com isto: passar de viver sozinho para viver com alguém e ainda para mais ter de fazer mudanças. Mas eu não. E não é que não goste de viver sozinha, porque gosto. É mesmo porque adoro mudanças. Gosto de olhar para um quarto vazio e pensar no que vou fazer com ele. E a seguir abro o maravilhoso site onde guardo as imagens de que gosto e procuro inspiração em fotografias deste género:

E agora já está na hora de passar da inspiração à realidade e pensar como é que quero o quarto. Até ao momento está muito pouco decidido, isto é, já me decidi quanto... às cores das paredes. E isso não vai ser grande mudança: gostei do branco e azul e em princípio vai ser mesmo isso. E para já é tudo. Mas nos próximos dias as coisas vão começar a andar mais rápido e quando der conta já tenho o quarto pronto. Espero eu.

Futilidades

Antes de mais quero dizer que não sou uma pessoa fútil. Também não sou muito vaidosa, apenas qb, como quase toda a gente ;) Mas há tempos uma amiga disse-me que ia renovar o guarda-roupa e ontem informou-me que quase só tinha... SAIAS. O que, sendo ela quem é, é um bocadinho estranho. Decidi então investigar e descobri que este ano há saias mesmo giras. Em cinco minutos na Zara (e mais cinco depois no site) descobri nada mais nada menos do que isto:

São seis saias muito giras que não me importava de ter. E eu também não sou muito de saias...

Na mesma altura em que fui à Zara dei uma vista de olhos a umas montras no VG e descobri estes sapatos:

  

                                                         

Sim, são de salto alto. Sim, são de plástico. Mas são do Principezinho. E são MESMO giros. MESMO. Mas custam os olhos da cara. Por isso nem entrei na loja, limitei-me a olhar cá de fora. Mas fiquei com eles na cabeça. Talvez lá vá comprá-los, se isto não me passar... 

(Fim do momento de futilidade)

I WILL SURVIVE

Não subestimes o poder da voz da Aretha Franklin a cantar a meio da noite enquanto estás na piscina a olhar para as estrelas.


(Estou de volta e sou uma pessoa nova.)

Sobre malas e viagens

Diz o AA, com quem não falava há algum tempo e a quem estive a resumir as minhas férias, que eu nem chego a guardar a mala, que ainda nem acabei uma viagem, já estou a pensar na próxima. Podia ser verdade, sim senhor, não fosse eu ter uma mala para bagagem de mão de avião/ de comboio e uma mala para ir para o porão. :P
E agora vou ali fazer não uma, mas duas malas. Lá está, uma para comboio e uma para avião. Roam-se de inveja por um bocadinho, mas divirtam-se por cá.

Lisboa: "visita de médico"

Se há coisa de que gosto é de tardes passadas em Lisboa sem ser em tempo de aulas. Gosto do ambiente da cidade, duma confusão a que me fui habituando e que às vezes chega a fazer falta. A tarde de hoje foi passada com a JS e a L, passeando por Campo de Ourique (que, segundo a minha amiga wikipedia, é um mundo completamente à parte) e arredores, com direito a muita parvoíce, conversas de velhas de 60 anos e de miudinhas de 14, a um convite para o Baile da EMEL (foram 15 minutos, pá!) e muitas gargalhadas. À noite fui tomar um café e meio waffle de chocolate e banana ao 'café do costume' (sendo que o costume é meia dúzia de vezes por semestre, talvez nem tanto...) e passeei um bocado pela minha zona com um amigo. Dia bem passado!
Amanhã vou sair de casa bem cedinho, munida de um livro e muita paciência para ir tratar de umas coisas à Loja do Cidadão. Depois, de volta ao Norte, que a minha cidade não é esta!

Festas de Nossa Senhora do Socorro

Quando era pequena fazia sempre questão de passar o 15 de Agosto nos meus Avós. Adorava assistir à procissão, rodeada de primos e primas, tios e tias, ver os andores - 'Oh, aquele está tão lindo!'. Víamos as pessoas a cumprir promessas, uns a caminhar com esforço, outros descalços, agradecendo a Deus ou apenas porque sim. E à noite assistíamos ao fogo de artifício, de boca aberta, com as cores a reflectirem-se nos nossos olhos e 'PUM!' 'Ei, que susto que apanhaste!'. No dia seguinte havia sempre bolo de anos, os anos da minha Madrinha, e voltávamos a ver a procissão, agora a subir até ao Peso, com menos gente, menos crianças, cansadas do dia anterior. Era bonito e éramos felizes.
Hoje em dia já ninguém vem às Festas. Muito pelo contrário. A Família foge daqui, cada um para seu canto, para evitar a confusão, não notando que entra noutra confusão, a da cidade e da Vida. E é pela confusão da Vida que cá estou este ano, porque a Família é para as ocasiões, porque hoje é feriado e as senhoras que ajudam a minha Avó a cuidar do meu Avô vêm só de manhã. E porque tinha saudades disto tudo, do riso e das palermeiras que faço com a minha Avó ('Cócegas não!'), do meu Avô a ler o jornal, do sino da Igreja a tocar a cada meia hora. Mas fiz questão de ver parte da procissão, que hoje em dia nada me diz, e o fogo, que continua a reflectir-se nos meus olhos e nos olhos da minha Avó, quando nos pomos as duas à janela, embora tenha perdido parte do seu encanto quando descobri as reacções químicas. E a minha avó contou-me histórias de quando eu era pequena, de quando eu mesma fui nesta procissão, vestida de uma qualquer Santa, de cujo nome não me recordo, mas que na altura era importante, do ano em que fez frio mas fizemos questão de ver na mesma o fogo e nos enrolámos em mantas, na varanda do Apartamento. E eu sorri o tempo todo. Porque apercebi-me que mesmo com tudo o que se tem passado, a minha Avó é feliz, e eu sou feliz e se alguém que nos rodeia não o é, havemos de ter a força para lhe mostrar como ser. Porque somos Família, e é isso que a Família faz.

Tarte de Frutos Silvestres

Ontem deu-me uma súbita vontade de cozinhar. (Talvez fosse do vestido à Judy Garland, como diz uma das minhas tias...) Não me apetecia fazer bolos nem nada quente já que, afinal de contas, é Verão. Decidi-me por uma tarte de frutos silvestres. Levantei-me cedo (cof...cof...cof...), liguei o forno e comecei a fazê-la. Eis o resultado:

A apresentação não é a melhor, mas de sabor está realmente boa. E cumpriu o objectivo: sinto-me bem.

" - Quando nos encontrámos pela primeira vez, na universidade, antes de nos tornarmos ... amigos... bem, eu tinha um fraquinho por ti. Não era bem um fraquinho. de facto, era um fraquinho gigantesco. Durante tempos infinitos. Escrevia poemas palermas e tudo.

- Poemas, a sério?

- Não me orgulho disso. 

- Estou a ver, estou a ver - Ele cruzou os braços, assentou-os no rebordo da mesa e olhou para baixo. - Bem, lamento, Em, mas isso não conta.

- Não, porquê?

- Porque disseste que tinha de ser alguma coisa que eu não soubesse.

Ele sorria, e ela mais uma vez foi recordada da capacidade quase ilimitada que ele tinha de a desiludir.

(...)

- Então, o que aconteceu?

Ela olhou para o fundo do copo.

- Imagino que seja uma coisa que se ultrapassa com o tempo. Como o herpes zóster.

- Não, a sério, o que aconteceu?

-Comecei a conhecer-te. Tu curaste-me de ti."

Um dia, David Nicholls

Leio livro atrás de livro, tal como nos bons velhos tempos. Acabam em poucas horas, desde que decida dar descanso à internet e à televisão. Nada de muito sonante, literatura ligeira, que o cérebro teima em queixar-se de cada vez que tento ler algo mais. Ontem entrei na Pretexto da Rua da Paz, olhei para a prateleira de livros recomendados e vi um único exemplar de 'Um dia'. No dia anterior tinha estado no café até à uma e meia da manhã com um sentimento de nostalgia a envolver todos à minha volta (a dada altura começámos a sentir-nos velhos e fugimos para a discoteca. Pormenores.), e ainda não me tinha abandonado completamente. Peguei no livro e vi que se tratava da evolução de dois amigos ao longo de vinte anos. Consegui perceber que havia muitas discussões à mistura, e perguntei-me se estaria pronta para ele. Paguei-o e saí. Acho que isso significa que sim. Comecei-o ontem à noite e identifiquei-me imediatamente com a personagem principal. Agora, secretamente, desejo que eles não fiquem juntos. Só porque eles são amigos e não é suposto.

Li há pouco tempo um livro em que uma das personagens principais dizia que só se deitava quando houvesse algo no dia que tivesse valido a pena. Todo o dia de hoje valeu a pena. Obrigada.

Ponto de Partida.

Estás não sabes bem como. Olhas para os últimos meses e percebes que a vida se foi desfazendo e tu com ela. Mas estás aqui. Destruíste nas últimas horas o que restava de ti, por forma a começar de novo. Há quinze dias bateste no fundo. E poucos foram os que te ajudaram a sair de lá. Mas estás aqui. Com força para recomeçar e lutar por algo que valha a pena. Defines novos objectivos e planos para os alcançar e apagas objectivos e métodos passados e de certa forma falhados. Não te esqueças de os manter na memória para aprenderes algo com os teus erros. Mostra à Vida que cresceste e que sabes o que queres e que o vais conseguir. Deixa ir o que não tem importância e foca-te no essencial, nos Valores que te acompanham e nas Pessoas que também o fazem. E quando te perderes no caminho, fecha os olhos e segue o teu instinto.

Ponto de Viragem.

Este é um ponto de viragem na tua vida. Estás exactamente onde estavas há dois anos, quando pudeste começar tudo de novo. Corrige os erros que cometeste e sê quem queres ser, sem teres medo de magoar quem quer que seja. Porque com o tempo as feridas saram mas as oportunidades não voltam. Traça um objectivo e luta por ele, seja ele qual for. Porque foi assim que viveste até deixares de viver. E talvez sejas mais forte do que aquilo que achas.